Nas primeiras horas de 27 de março de 2017, um exemplar de Big Maple Leaf foi roubado do Münzkabinett (gabinete de moedas) do Museu Bode em Berlim, na Alemanha.
A Big Maple Leaf é uma moeda de ouro de valor facial CAD 1.000.000,00, fabricada em quantidade reduzida de 6 (seis) exemplares, cada um pesando 100 quilos (220 lb ou 3.215 onças troy). Foram produzidos pela Royal Canadian Mint em 2007, em Ottawa, onde o primeiro exemplar produzido permanece armazenado. Em 25 de junho de 2010, foi vendida na maior casa de leilões da Europa continental, a Dorotheum, por € 3.270.000 euros e em março de 2017, um outro exemplar de Big Maple Leaf foi leiloado por US$ 4.070.000,00 dólares americanos. Dias depois, em 27 de março do mesmo ano, ladrões encapuzados invadiram as dependências de um museu em Berlim e roubaram o exemplar que um colecionador havia emprestado à instituição.
CARACTERÍSTICAS DA MOEDA
Uma Big Maple Leaf mede 2,8 centímetros (1,1 polegadas) de espessura, 50 centímetros (20 polegadas) de diâmetro e pureza de 999,99 partes por 1000. O anverso mostra a efígie da Rainha Elizabeth II, idêntica àquela da moeda canadense (Maple Leaf) cunhada desde 2003, desenho de Susanna Blunt, terceira efígie da rainha a aparecer na moeda (as outras foram em 1965 e 1990). O desenho de Susanna Blunt mostra a rainha em amadurecimento, sem tiara ou coroa. No reverso, a folha de bordo estilizada do artista e gravador sênior Stan Witten.
O FURTO
O gabinete é conhecido por sua enorme coleção de mais de 500.000 moedas, entre elas mais de 100.000 gregas e 50.000 romanas. Contudo apenas uma pequena fração do acervo é mostrado em exposições. Um porta-voz da Royal Canadian Mint declarou: “... a moeda roubada não pertence à Casa da Moeda. Depois de criar a original (que está armazenada em Ottawa), a Casa da Moeda fabricou mais cinco exemplares que foram vendidos a particulares interessados.”
A moeda roubada foi emprestada ao Museu Bode em 2010, pelo proprietário privado Boris Fuchsmann, e foi exibida lá até o dia do furto. No video a seguir, as imagens dos três suspeitos que teriam se locomovido pela estação Berlin-Hackescher Markt S-Bahn, filmados na noite do crime (27 de março de 2017) por volta das 3 da manhã. Os três usavam capuzes procurando sempre manter a cabeça voltada para chão ou colocando as mãos à frente do rosto, a fim de evitar a identificação nas filmagens do circuito de telecâmeras espalhadas pela estação e pelos arredores da cidade. Após a movimentação na estação, os três suspeitos caminharam sobre os trilhos da ferrovia, graças a um reduzido tráfego de trens no momento, em direção a Monbijoupark/James-Simon-Park nos arredores do museu. O paradeiro da moeda de ouro permanece desconhecido.
Vídeo acima: As imagens dos três suspeitos se locomovendo pela estação da metropolitana.
Em julho de 2017, ocorreram batidas policiais e foram executadas prisões relacionadas ao furto. Os suspeitos são originários de uma grande família conhecida pelas autoridades por suas ações no crime organizado. A polícia de Berlim presume que a moeda foi danificada durante o roubo, por ter sido jogada dos trilhos do trem para a rua. Os investigadores não têm esperança de recuperar a moeda, pois encontraram pó de ouro em roupas apreendidas e num veículo, levantando a suspeita de que os ladrões tenham derretido a moeda.
Vídeo de animação mostrando como foi praticado o furto
Em janeiro de 2019, teve início um julgamento em um tribunal de menores em desfavor de quatro suspeitos: dois irmãos, Ahmed e Wayci Remmo, e seu primo Wissam Remmo, integrantes de uma família criminosa berlinense de origem libanesa, conhecida pela polícia local como Remmo-Clan. Um quarto envolvido no crime, Denis W., era um colega de escola dos Remmos e funcionário do Museu Bode; foi considerado culpado de passar informações reservadas aos outros suspeitos, sobre os protocolos de segurança do museu.
O julgamento terminou em fevereiro de 2020 com Ahmed e Wissam sendo condenados a 4 anos e meio e Denis condenado a 3 anos e 4 meses. O Tribunal decidiu dessa forma, levando em conta as idades dos réus no momento em que praticaram o furto (Ahmed e Wissam tinham 18 e 20 anos, respectivamente). O quarto réu, Wayci Remmo, foi absolvido devido às provas consideradas pelo Tribunal como inconclusivas.
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